quinta-feira, 19 de setembro de 2013

pitaco #6 - mario quintana

Livro: 80 anos de Poesia
De quem: Mario Quintana
Ano (1ª reimpressão - Homenagem ao Centenário de Mario): 2006

Pra falar de poesia, sou suspeita. Suspiro, amo e vivo poesia. Concordo em gênero e grau com o grande Leminski, que diz: "O poeta se define, sobretudo, pela capacidade de criar beleza com linguagem".

E Mario Quintana é um grande poeta.

Nascido em 1906, este velhinho simpático tem a cara do avô rabugento que, na mesa do almoço de domingo, depois de perguntar sobre amores, conta a história da vida inteira e deixa os netos com vontade de ser igual. 



Das utopias
Mario Quintana

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!

________________________________________________________________________

O livro é a primeira reimpressão no conteúdo original da coletânea poética de Mario Quintana desde sua morte. Existem outras edições e coletâneas, mas o que diz no fim do livro é que elas tem sido escolhidas por seus estudiosos, enquanto esta edição foi publicada com os poemas que Mario escolheu que fossem publicados juntos, em tal ordem, de tal forma, etc & tal.

O diálogo entre o leitor e o livro acontece de forma tão natural que precisei de lápis e marca-texto para sentir que estava fazendo a leitura de forma correta. Veja bem: só rabisco livros de filosofia.

Não digo isto porque o livro é de cunho filosófico - nem de longe. Talvez por isso - pela ausência de filosofia - eu tenha sentido essa proximidade tão boa e grande com Mario agora. Há algum tempo, tentei ler este mesmo livro e fiquei com o sentimento de... NHÉ :(.

Mas esta semana, quando o escolhi dentre os livros da minha estante (pouquíssimos e, por isso, releio livros com certa frequência) senti algo bom em relação a contracapa, a capa (que tem um carimbo do Governo do Estado de São Paulo :( ), com as palavras da introdução. Gostei de tudo.

E gostei de Mario Poeta Quintana, como já não havia gostado antes. Gostei de Mario Poeta, porque gostei do som das palavras, gostei do conteúdo, da poesia livre, do pé no chão com os braços estendidos para alcançar o céu. Foi este o sentimento: de que eu estava lendo a alma de alguém que sonhava sabendo exatamente onde iria cair: mas nem por isso deixava de escalar sempre mais.

Mario Quintana foi um homem de sábias palavras e bom humor duvidoso (tenho pra mim que ele era um velhinho bem rabugento), que escrevia como ninguém.

Ou melhor: que escrevia como ele mesmo. Nunca li algo comparável com a sua literatura. Mario Quintana não é "tipo" nada. Ele é tipo ele. Ele é ele. Com "tipo" ou sem! :-)

Tem algumas prosas no meio do livro e uma carta - que eu, particularmente, achei amazing! ♥ É tudo de ótimo grado. 

Deixo aqui abaixo um trecho desta carta que tanto amei para deixar um gostinho de quero Quintana em vocês.

"Agora, que poetas deves ler? Simplesmente os poetas de que gostares e eles assim te ajudarão a compreender-te, em vez de tu a eles. São os únicos que te convêm, pois cada um só gosta de quem se parece consigo". (página 132, Editora Globo)

Um beijo pr'ocês. ;) 

Se curtirem, no fim da página tem o botão de "Participar deste site" e aí você recebe tudo o que eu postar aqui na sua página inicial do Blogger. Ou você pode optar por receber via e-mail, colocando o seu ali na lacuna da coluna direita!

Até mais!

2 comentários:

  1. Eu adoro Mario Quintana, ele é maravilhoso e escreve tão bem. Me toca com suas palavras rsrs

    Beijinhos amore ;*

    isabelacariani.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ele nunca foi dos meus preferidos, mas, desta vez, estávamos na mesma sintonia e os poemas complementaram muito bem a minha semana. Virou amor! <3

      Obrigada, Bela bela ;)

      Beijo! :*

      Excluir