Ano: 1945
De quem: George Orwell
Eu queria ser dessas que chega aqui, meses depois do último pitaco postado, e faz um comentário qualquer sobre um livro aleatório sem se explicar. Mas não sou, então me explico: gente, tenho sofrido de falta de criatividade. Aguda. Trabalho consome muito disso (e ainda bem que posso criar!), mas, quando se vende o que se cria, criar por amor sempre fica com cara de tabela. E isso não é algo que eu goste de fazer.
Por isso, não tenho postado muito aqui. Geralmente direciono o que escrevo pro meu blog com cara de cafeteria podre de esquina, onde eu falo sobre dor no dedão (passou, 'credita? Viva longa, medicina!) e música, o tempo todo :)
Enfim, volto aqui, depois de meses, pra falar sobre um livro que fala de porcos. E cachorros. E vacas e animais de uma fazenda. E uma grande revolução.
A Revolução dos Bichos, do George Orwell, é um clássico. Foi publicado em 1945, durante a Guerra (poucos meses antes do fim) e isso não é mera coincidência.
Animais de uma fazenda resolvem se rebelar: como assim precisamos trabalhar e produzir para um bando de humanos que não nos agradecem e ainda usufruem e lucram em cima do nosso trabalho!? Que façamos por nós mesmos! Trabalhar para nós mesmos, para comer e viver melhor! Não seremos como os humanos, exploradores!
Os porcos, considerados mais inteligentes, se encarregam de liderar isso tudo. Criam as leis e ensinam alguns animais a ler, para que possam entendê-las e interpretá-las (nem todos aprendem).
A revolução acontece, os humanos são expulsos e a Fazenda se torna dos bichos. Viva!
Trabalham pra que eles possam comer! Trabalham com vontade, vendo os resultados. Não parecem muito diferentes da época dos humanos - ninguém está com a pança mais cheia -, mas os porcos dizem e os porcos são mais inteligentes. Então estamos melhores e somos bem alimentados! Mais um viva!
O desfecho da história todos sabemos antes mesmo de ler o livro. Então aqui vai a minha conclusão: não é uma história que se destaca pelo enredo - nada mais é do que uma metáfora ao que estava acontecendo no mundo na época de seu lançamento -, mas sim pela narrativa. Pela capacidade de transcrever, com animais, o problema de uma sociedade. A forma como a história descorre nos mostra como o populismo é frágil. Como a ideia de que viveremos um pelos outros é frágil. Como o poder muda qualquer ideal.
toda forma de poder é uma forma de morrer por nada
É genial. E curto. É como se você tivesse um ataque cardíaco de amor e admiração durante o horário de almoço.
Leiam George Orwell! (1984 também é genial - mas não recomendo que leiam um após o outro: eu sofreria de falta de fé na humanidade por semanas)
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