sábado, 15 de junho de 2013

pitaco #3 - caio fernando

Livro: Onde Andará Dulce Veiga?
De quem: Caio Fernando de Abreu
Ano: 2007

Este livro retrata a trajetória de um jornalista atrás de pistas sobre o paradeiro de uma cantora que desapareceu antes de seu show de estréia. A questão é que isso aconteceu há mais de vinte anos e, hoje, sua filha faz sucesso com a banda Vaginas Dentadas.




A cantora não foi vista por mais ninguém desde o show e o Jornalista - que não tem nome - traz à memória tudo o que viveu com, por e apesar de Dulce Veiga. Ele mergulha em uma busca interior na qual é preciso mover-se para encontrar alguma coisa, outra coisa.

"As coisas vivas, pensei, as coisas vivas não precisam pedir."

Em Novembro de 2012, assim que terminei de ler pela primeira vez, escrevi: "Terminei de ler Onde Andará Dulce Veiga?, de Caio Fernando Abreu. Não sei se há muito a ser dito. O livro é tão... intenso. Quase autobiográfico. Consigo ver Caio no homem cujo nome não é conhecido. Vejo Caio no cara do jornal. Vejo Caio na dúvida. No medo. Na entrega. No Saul. Sim, no Saul. Até nele. Vejo Cazuza no Pedro. Pretensão, talvez, mas vejo. Vejo "bilhetinho azul" em Pedro. Vejo morte em Pedro. E em Cazuza. Vejo morte em ambos. O cara do jornal é um morto. Morto vivo, zumbi, adepto à toda tentativa de se reencontrar. Tentou se encontrar perdendo Pedro. Não conseguiu perdê-lo, não conseguiu se encontrar. Você não quer voltar?, ele sempre perguntava. Pedro não quis. Não quis contaminá-lo com seu amor. E mais: vejo em Dulce a imagem do que Caio quis. Que o cara do jornal quis. Algo maior. Dulce Veiga era algo maior. Dulce Veiga era a procura, a espera. Correu atrás a vida toda. Atrás da identificação, da procura, do inexistente, do esquecido. Dulce Veiga seria a cura de algo. O amor, por sua vez, contaminara tudo."

5 estrelas no Skoob. ;-)

Trilha sonora pra esse livro: Sting (só Bourbon Street, em loop) e Nara Leão. Sem mais. rs

Ps.: esse livro virou filme! Rolou uma adaptação pro cinema na qual temos a ilustre honra de ver MAITÊ PROENÇA como Dulce Veiga, minha gente. Pois é! Olhem só o trailer:


Pss.: a data de publicação desse livro é um enorme ponto de interrogação. Sabe-se (por causa do livro "Cartas") que ele foi escrito em meados de 1980 e finalizado em 1990 e alguma coisa. Mããs, nesse meio tempo, teve dedo do diretor do filme na história. O romance final como é vendido hoje é uma mistura das duas coisas. (Dá pra entender bem isso numa reportagem do diretor na Revista Época) A edição que eu tenho, da Saraiva de Bolso, é do ano passado e não tem a data da primeira publicação. :-(

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